domingo, 25 de agosto de 2013

Autoestima


Ao interferir na briga das crianças, os adultos devem entrar como conciliadores
A não ser que a família opte, literalmente, por criá-la em uma redoma, dificilmente uma criança atravessará a infância sem brigar com outra ao menos uma vez. Disputa pelo mesmo brinquedo, bate-boca por causa das regras de um jogo, inveja entre irmãos, ciúme do amigo... A lista de motivos capazes de detonar uma encrenca é longa.
Segundo especialistas, porém, a maior parte das rixas infantis deve ser encarada com naturalidade, sem muita intromissão –a sugestão, obviamente, não se enquadra aos casos de bullying, prática nociva que merece maior cuidado e atenção.

"A não ser que a desavença ultrapasse o limite do razoável, partindo para a agressão física, por exemplo, não é recomendável que os pais tomem alguma atitude imediata. É preciso, antes, observar como o conflito vai se desenrolar", diz a psicóloga Cecilia Russo Troiano.

Para ela, não se deve negar às crianças o direito de tentar encontrar soluções para lidar com suas dificuldades de relacionamento, mesmo que sejam pontuais. Até porque as pelejas são úteis para o exercício da autonomia, para o autoconhecimento e a interação.

O problema é que na ânsia de defender a cria, alguns adultos protagonizam situações pouco racionais –como bater boca com os amiguinhos do filho– ou extremas, como esperar a rival da filha na porta da escola para um acerto de contas.
Na aclamada peça "O Deus da Carnificina", que em 2011 virou filme dirigido por Roman Polanski e estrelado por Jodie Foster e Kate Winslet, a dramaturga francesa satiriza as proporções que uma briga entre crianças de 11 anos pode tomar, ao mostrar seus pais tentando resolver a situação entre eles, de maneira ainda mais infantil que a dos rebentos.

Na opinião da psicopedagoga Sonia Losito, doutora em Psicologia da Educação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na maior parte das vezes a intromissão nada mais é do que um sintoma do excesso de amor.
"Para proteger o filho, os pais acabam se antecipando e assumindo o papel dele. É claro que precisam observar, vigiar e até se interpor em algum momento, mas sem subestimar a capacidade da criança encontrar recursos para enfrentar a situação por si mesma", afirma.

A intromissão frequente dos pais nas confusões infantis pode causar danos à autoestima, que prejudicam os relacionamentos na idade adulta.

"Se os pais sempre estão a postos para resolver seus dilemas...

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