sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Novos tratamentos evitam cirurgia em gravidez tubária (fora do útero)


Uma das maiores ameaças às gestantes é a gravidez ectópica (que acontece fora do útero). Nestes casos é indicada uma cirurgia para retirada do embrião que, em 50% dos casos, causa infertilidade. Porém, pesquisas na Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, estão tendo sucesso neste tipo de gravidez com tratamentos clínicos que evitam a intervenção cirúrgica.

A gravidez ectópica atinge 1% das mulheres que engravidam. Nos casos mais comuns, a gravidez tubária, o feto se instala na trompa (ou tuba, que forma cada um dos dois canais que ligam o útero ao ovário), local impróprio para o desenvolvimento de um bebê. A tuba é fina e frágil e é corroída pelo tecido placentário. O resultado é uma hemorragia interna de risco, causada pelo rompimento da estrutura tubária, por volta da oitava semana de gestação.
Dos duzentos casos tratados pela equipe da Unifesp, coordenada pelos professores Dr.Julio Elito Júnior e Dr.Luiz Camano, 140 pacientes foram apenas observadas clinicamente, obtendo-se um índice de sucesso de 96%. Em outras 50 pacientes foi aplicado um tratamento clínico com uma dose intramuscular de um quimioterápico, com sucesso de 80%. Entre as dez pacientes restantes, seis que tinham recomendações para o uso da droga optaram pela retirada do embrião e quatro receberam uma injeção da droga na própria trompa.

Para realizar o tratamento a equipe da Unifesp adotou uma lista de informações que calcula “notas” a cada paciente, de acordo com sua necessidade ou não de cirurgia. Assim, se o diagnóstico da gravidez é precoce a opção é o tratamento clínico para conseguir fazer com que o organismo reabsorva o ovo, preservando a tuba. Já no reconhecimento tardio da gravidez ectópica, o mais freqüente é a simples observação. Isso é possível por meio de exames de betaHCG (principal hormônio ligado à gestação), separados por um período de 24 a 48 horas. Se o nível do dia seguinte for maior do que o primeiro resultado, é preciso agir com medicamento ou cirurgia.

Mas, se a concentração cair, significa que o tecido placentário está regredindo naturalmente. “É sinal de que o próprio organismo entrou em equilíbrio com a doença e por si já conseguiu fazer a reabsorção. Neste caso o médico acompanha o remédio dado pelo próprio corpo, evitando assim, cirurgias que seriam absolutamente desnecessárias e até prejudiciais”, explica o professor Dr.Julio Elito.

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